ENTREVISTAJUVENTUDE

Começou a atuar como DJ em 2017 e rapidamente se tornou o principal DJ na pista B3 do Camelot com o seu estilo de jogo imprevisível e criativo que faz pleno uso de four beats e bass music, bem como das suas próprias edições e faixas originais. Em agosto de 2021, lançará o seu primeiro single na editora internacional de topo do Beatport, e a sua carreira futura é muito aguardada.
Por detrás da sua ascensão meteórica à fama está uma memória amarga de frustração durante os seus tempos de estudante e antes da sua estreia como DJ. Nesta entrevista, YOUTH explica com toda a franqueza como começou a trabalhar como DJ, a sua obsessão pela produção musical e o que pensa sobre a atual indústria de DJ no Japão.

Como é que se tornou DJ?

Quando eu era estudante universitário, vi um DJ quando fui a uma discoteca pela primeira vez e comecei a achar que era mesmo fixe.

Começaste a ser DJ logo depois disso?

É isso mesmo. Mas no início não sabia como começar, por isso encontrei uma publicação no Twitter do género "Procura-se DJ" e arrisquei... e acabei por ser enganado em cerca de um milhão de dólares.

É uma burla? Um milhão de ienes é muito dinheiro para um estudante.

Descobri mais tarde que o equipamento que comprei nessa altura também foi vendido a um preço muito elevado em relação ao preço de mercado... e o equipamento era bom para o que era (risos).
Senti que precisava de juntar dinheiro, por isso estudei muito DJing. Nessa altura, o TAKUMA da RESIDENT DJ perguntou-me se eu gostaria de me juntar a ele como DJ em part-time no camelot, a pista principal aos fins-de-semana, e eu aceitei imediatamente a proposta.

Vejo que foi graças a essas dificuldades que conseguiu chegar onde está hoje.

Sim, eu sou. Eu próprio sou uma pessoa muito competitiva.... Queria ser melhor do que o DJ que cometeu a fraude. Quando era um jovem DJ, houve algumas vezes em que parei o som enquanto estava a discotecar... Na altura, senti-me muito frustrado... por isso, acho que tenho muita vontade de ultrapassar os meus veteranos.

Sobre o passado da JUVENTUDE

Na verdade, joguei futebol durante toda a minha escolaridade e era bastante bom nisso, se é que o posso dizer (risos). (risos) Sempre quis ser profissional. No meu último ano de liceu, participei num torneio nacional e cheguei aos 16 avos-de-final, mas vi jogadores da minha idade que eram melhores do que eu... por isso desisti.
Nessa altura, quando olhei para trás, pensei que não tinha nada para oferecer a não ser o futebol, por isso decidi estudar a sério durante um ano. Não consegui entrar na universidade da minha primeira escolha, mas fui aceite na universidade da minha segunda escolha.
No entanto, como o meu objetivo era entrar, não tinha nada em particular que quisesse estudar e senti-me aborrecido. A partir daí, entrei na música de dança e, depois da faculdade, encontrei finalmente algo que me apaixonava.

É uma vida espantosa.

Acho que tenho uma personalidade que exige que eu seja apaixonado por alguma coisa... Pensei que "uma vida passada na ociosidade" durante os meus anos de faculdade era muito diferente de mim. Por isso, estou contente por ter encontrado um sítio onde posso colocar a minha paixão.

A origem da juventude

Quando comecei a atuar como DJ, costumava usar muito uma marca chamada "YOUTH MACHINE", por isso, foi daí que tirei o nome. Além disso, YOUTH significa "juventude", e achei que isso era fixe na minha cabeça, por isso escolhi o nome atual.

Música pela qual tem um sentimento especial

Já ouvi muitas canções desde que comecei a ouvir música de dança, mas tenho um grande amor e apego a "Fade Into Darkness" de Avicii, "Watch Me" de banvox, "Summit" de Skrillex e "Shelter" de Porter Robinson, estas quatro canções.
Especialmente quando ouvi "Watch Me" de banvox, fiquei chocado por saber que alguém no Japão podia escrever uma canção tão fantástica.

Sobre a produção musical

Nos últimos anos, tem-se dedicado muito à composição de canções.

Inicialmente, não tinha qualquer ideia sobre a criação de música. No entanto, à medida que me fui envolvendo mais profundamente na música de dança através das minhas actividades de DJ, comecei a criar EDITs para os meus próprios DJs e comecei a criar música de raiz, que foi como me iniciei na produção musical. Atualmente, produzo principalmente música bass house (um subgénero de música house que é uma fusão de dubstep e house, ou música que é semelhante ou muito semelhante ao dubstep e ao house). Tento criar música com o tema "como tocar o coração das pessoas" como um tema importante. Penso que o verdadeiro prazer de criar música é proporcionar uma experiência emocional a pessoas distantes e, como tenho experiência de tocar em frente a um público como DJ, espero exprimir a imagem e a atmosfera dessa altura na minha música.
Quando comecei, as coisas não correram tão bem como eu esperava e houve muitas canções que tive de rejeitar, mas no ano passado consegui lançar uma canção numa editora estrangeira, que era um dos meus objectivos, e senti que foi muito gratificante para mim. No futuro, gostaria de lançar a minha música numa editora estrangeira maior para aumentar o reconhecimento do meu nome e permitir que mais pessoas saibam quem eu sou.

Há algum DJ que esteja atualmente a tentar alcançar?

Não tenho ninguém que queira ser essa pessoa, nem que seja só parcialmente. O meu objetivo é ser um "DJ de primeira categoria" e um "artista de primeira categoria". Sei que isto pode ser difícil de entender para o público em geral, mas a natureza de um artista e de um DJ de discoteca é completamente diferente. Acredito sinceramente que os DJs de discotecas não precisam de produzir música e os artistas não precisam de tocar como os DJs nas discotecas. Eu quero ser uma pessoa que possa estar entre os dois. Quero ser capaz de criar música e ser apreciado pelas pessoas à minha volta.
Gosto de mudar a música de acordo com o estado de espírito do público (DJing) e gostaria de acrescentar a minha própria música ao conjunto (remisturas, edições, etc.) para poder animar o público com a minha própria música.

Quais são as suas perspectivas para o futuro?

Em termos de produção musical, gostaria de lançar a minha música numa editora internacional de maior dimensão. Também gostaria de ser tão bom como DJ e tornar-me a única pessoa que consegue produzir música e ser DJ. Há três ou quatro anos, a EDM estava no seu auge e as pessoas dançavam muito, mas recentemente não se tem dançado nada.... Os japoneses não têm uma cultura de vida nocturna e, como DJ, penso que é difícil criar uma tendência no Japão. No entanto, no estrangeiro, há pessoas que dançam e desenvolveu-se uma cultura de economia nocturna, por isso quis competir fora do Japão. Sinto que se for bem sucedido no estrangeiro e ganhar reconhecimento, poderei levar o mercado japonês um pouco mais alto quando regressar ao Japão, e é isso que gostaria de alcançar.